terça-feira, 19 de agosto de 2008

Enfrento-me

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Fecho os olhos.
Inicio um desabafo, uma introspecção.
Prendo-me com correntes a uma árvore de palavras, cuja raiz se emaranha por mim mesmo. Cresço ao contar do segundo, moldo-me segundo as sensações que absorvo, penso e realizo.
Sinto vontade de explodir, de renascer e de ter presente na minha cabeça toda a bagagem que já adquiri.
Olho-me ao espelho e o que vejo? Vejo o que a minha realidade permite visualizar. Um homem, uma força guardada, um potencial inóspito.
Frente a mim está alguém, está algo. Mas de que vale tentar manter como objectivo a mudança se a razão vai contra o pensamento? Lutar vale a pena quando existe um encontro destas duas perspectivas.
Quero fugir mas já não posso. Cada vez me sinto mais forte…mas será forte o suficiente?
Quero paz, amor, harmonia...
No querer está a força, na ilusão está a desilusão.
Por palavras escrevo, mas nunca me expresso totalmente. Cada um de nós tem uma parte refundida, guardada a 7 chaves, e para muitos meio perdida.
Os medos continuam cá, a sensação de nó na garganta persiste, sujo-me de restos de mim.
Quero falar, quero ajudar, quero compreender, quero repartir.
A vida tem 2 sentidos realmente, duas direcções opostas, existem é vários caminhos até lá. A verdade custa mais que a mentira, o presente impregna rasgões de ameaças às vontades.
Tanto impasse, tanta angústia…Mas para quê? Será que faz sentido ir atrás de algo que porventura não nos irá pertencer nunca? Como diferir as nossas capacidades? Devemos acreditar que não existem limites ou só deveremos ir até onde achamos que é o nosso limite?
Estou farto de mudar, de querer mudar, de me iludir.
A realidade é dura, mas não inanimada como são as pedras.
Por isso, e por tudo isto, não me vou limitar.
A minha força é interior.
As minhas armas estão esculpidas na minha mente.
A minha alma liberta energia.
Respiro.
Abro os olhos.
o
E enfrento-me.
o

3 comentários:

Anónimo disse...

Antes tarde que nunca...

Anónimo disse...

Lutar vale a pena quando a barreira “medo” em simbiose com o pensamento sofre mutação e onde o “desmistificar” da ilusão nos traz alegria por ter tentado!

O controverso une-se na desilusão pela unicidade da razão/pensamento e no entanto lutar, mesmo que no vazio, produz magia no espelho…

Fechar e abrir os olhos é um respirar consciencioso!

Demasiado lírico o comentário não?

Anónimo disse...

parece que as feérias te trouxeram o que querias...ainda bem